D.
Quixote de La Mancha é um livro subversivo. Contra a autoridade arbitrária dos
nobres e dos ricos, contra o egoísmo e a infidelidade das pessoas do povo,
contra o arrogante equívoco dos letrados e universitários. D. Quixote insiste
em que o principal dever do leitor é agir no mundo com honestidade moral e
intelectual, sem se deixar convencer por slogans tentadores e apelos
emotivos, nem acreditar em notícias aparentemente verdadeiras sem verificá-las.
Quem sabe esse seu modesto princípio possa nos tornar, a nós, leitores nesta sociedade
caótica em que vivemos, mais tolerantes e menos infelizes.
(Alberto
Manguel – Notas para uma definição do leitor ideal)
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